Crítica: Metallica - Death Magnetic


Banda lança "Death Magnetic", nono cd com músicas inéditas, no dia 12.

Foto: Divulgação.




O Metallica lançou, em 2003, o que poderia ser seu último cd. Conflitos internos, a saída do baixista Jason Newsted e a sessão de "terapia documentada" Some Kind of Monster, marcaram o lançamento de St. Anger colocando o futuro de uma das maiores bandas do mundo em xeque. O álbum foi um fracasso de vendas e crítica. O número de fãs diminuiu.

Cinco anos depois, eles se preparam para retomar o posto de gigante do heavy metal. Death Magnetic (que chega às lojas do mundo todo na sexta, dia 12) é o nono cd de estúdio da banda.

Após um período conturbado, uma pergunta surge: o Metallica conseguriá provar aos fãs que ainda - parafraseando o vocalista e guitarrista James Hetfield - está vivo? A resposta é um sonoro "SIM"!

Com a entrada de um novo baixista, Robert Trujillo, a troca de produtor (Rick Rubin substituindo Bob Rock que esteve com a banda nos últimos CDs) e utilizando uma campanha de marketing matadora - trechos de músicas novas e downloads (quem diria...) de shows antigos - no site Mission:Metallica, a banda californiana prova que está viva e que ainda tem muita lenha pra queimar.

Ao longo das 10 faixas do cd (quase todas com mais de 7 minutos), o Metallica desfila peso e harmonia - tudo combinado a solos incríveis. Sim, os solos de Kirk Hammett estão de volta!
O álbum abre com "That Was Just Your Life", música que inicia com uma batida de coração (um recado de que eles estão vivos?) e a afinação das guitarras que lembram o cd ...And Justice for All, de 1988.

Logo depois entra a bateria de Lars Ulrich soando como uma metralhadora. James Hetfield canta com a paixão de sempre "...Like a general without a mission until the wars start again..."/ "...Como um general sem uma missão até que a guerra recomeçe...".
A guerra "invisível" contra o "eixo do mal" é subtendida em alguns versos compostos pelo frontman.

Em seguida, "The End of the Line" mantém o mesmo estilo agressivo e rápido, além das características "quedas" de ritmo.
Já "Broken, Beat & Scarred", não é uma das melhores faixas do álbum, mas possui um refrão bacana.

"The Day That Never Comes" foi o single escolhido pelo Metallica. A música nos remete as baladas antigas da banda, começando com riffs calmos para atingir o ápice do meio para o final.

"All Nightmare Long" é puro thrash transformando-se na melhor faixa de disco.

"Cyanide" funcionou no vídeo lançado ao vivo pelo Metallica no mês passado. Em estúdio, porém, ela é extremamente cansativa e soa "deslocada" do resto do álbum, embora o baixo de Trujillo seja o destaque.

A seguir temos uma ótima surpresa. "The Unforgiven III", começa com um piano e um violino, peso e harmonia se juntam mais uma vez com perfeição.

Hetfield, dessa vez, pede perdão, mas também o renega, fazendo esta música soar tão boa quanto à original, lançada no clássico álbum preto de 1991.

"The Judas Kiss" recoloca o Metallica na trilha do peso. Ulrich, talvez a pedido de Rick Rubin, volta a usar bumbos duplos e abusa das viradas rápidas. Hetfield fala de traição.


"Suicidal & Redemption", primeira faixa instrumental desde 1988, é repleta de referências aos discos antigos da banda, mas não chega a empolgar.

Para fechar "Death Magnetic" com chave de ouro, o Metallica desfila um thrash sensacional em "My Apocalypse". Rápida e rasteira.

O cd está longe de ser um clássico, mas com certeza é mais um álbum digno de uma das maiores bandas do metal mundial. O Metallica está vivo e passa bem.

Death Magnetic. Lançamento: 12/09.

Universal Music.

Faixas:

1. That Was Just Your Life
2. The End Of The Line
3. Broken, Beat & Scarred
4. The Day That Never Comes
5. All Nightmare Long
6. Cyanide
7. The Unforgiven III
8. The Judas Kiss
9. Suicide & Redemption
10. My Apocalypse

Clipe de "The day That Never Comes", primeiro single do novo cd.