Slash e os outros


Guitarrista lança disco regular de pop/rock recheado de participações especias.
Foto: Divulgação.

Quando um ex-membro de uma banda famosa lança seu primeiro trabalho solo, é quase inevitável compará-lo ao disco de seu ex-grupo.

Com o guitarrista Slash, talvez, devemos abrir uma exceção e comparar o cd homônimo ao de artistas como Santana e Tony Iommi.

Loucura? Nem um pouco. Pegue todos os últimos trabalhos do músico mexicano e o primeiro disco solo de Iommi e escute-os Todos, inclusive o de Slash, trazem a participação de artistas famosos.

Em seu primeiro álbum solo (se não considerarmos os CDs do Slash´s Snakepit), o líder do Velvet Revolver aparece "desfilando" um punhado de solos bem construídos, mas com músicas tão diferentes que parecem fazer parte de uma coletânea.

Não que isso seja ruim, mas há faixas que soam exatamente como se fossem do artista com sua banda original. Era essa a itenção? Pelo jeito, sim.

A primeira música, "Crucify the Dead", traz Ozzy Osbourne no vocal e uma atmosfera sombria que nos remete aos trabalhos do Madman na década passada. Bom início.

Logo depois, temos "Beatiful Dangerous" em que a cantora Fergie (Black Eyed Peas) "exibe" toda sua desenvoltura com o rock nessa parceria com Slash. Essa é a única faixa que não lembra a banda de origem do (a) vocalista convidado. Bem interessante.

"Back From Cali" vem com o cantor Myles Kennedy (Alter Bridge) soltando seu vozeirão. Kennedy aparece também em "Starlight" e acompanhará Slash na turnê que deverá passar pelo Brasil. Boas baladas com pitadas de peso.

"Promise" tem a participação de Chris Cornell que, graças à sua volta ao Soundgarden, não gravou a faixa no estilo "Timbaland de ser".

Slash parece ter, a exemplo de Santana, escolhido os músicos com a ajuda de algum "manager", pois há uma certa "divisão" entre a velha e a nova escola do rock (exceção a Fergie) para agradar, parafraseando Caetano (arhg) Veloso, headbangers e "roqueiros".

Andrew Stockdale, excelente vocalista do Wolfmother já foi chamado de cover de Robert Plant, mas em "By the Sword", primeiro single do disco, dá pra perceber a diferença com os agudos alcançados por Stockdale. Músicão!

E eis que surge "Gotten" com o vocal do Maroon 5, Adam Levine. Sabe aquela música pra ouvir com sua garota (ou curtir uma fossa)? Essa é perfeita!

A decepção de "Slash", pasmem, vem na voz de Lemmy Kilmister. "Doctor Alibi" não tem o característico contrabaixo do líder do Motörhead em evidência, além da voz de Lemmy não estar tão "rouca" como de costume.

Culpa do produtor Eric Valentine (que já trabalhou com o Queens of the Stone Age e Maroon 5) ou puro ego de Slash? Tirem suas conclusões...

Dave Grohl aparece junto com o ex-Guns e atual companheiro de Slash no Velvet Revolver, Duff Mckagan em "Watch This", uma porrada instrumental na orelha.

"I Hold On" traz Kid Rock e sua mistureba (aqui, mais discreta) de ritmos em uma faixa, digamos, correta.

Daí pra frente o cd de Slash vai ficando monótono e há apenas mais uma boa canção com o M. Shadows do Avenged Sevenfold nos vocais.

Enfim, "Slash", alterna bons e maus momentos nessa pequena "coletânea" de pop/rock.

Há versões com faixas bônus do disco. Destaque para as parcerias entre Slash e Nick Olivieri (ex-baixista do Queens of the Stone Age), e a partcipação do mestre Iggy Pop.