Crítica: 24 Horas Series Finale


É...Jack Bauer vai deixar saudades (vai?)

Foto: Divulação.

Antes da crítica da 8ª - e derradeira - temporada de "24 Horas", quero dizer que descobri essa série "por acaso", em 2002, na rede Globo. Era noite de segunda e eu chegava em casa meio "alto" (não, eu não usava salto plataforma) e liguei a tv para tentar fazer o mundo parar de girar.

Eis que surge cambaleante (por causa de um tiro e não pelo que eu havia bebido) o ator Michael O'Neill, intérprete de Richard Walsh, primeiro diretor da UCT (Unidade Contra Terrorista). A partir daí, fiquei fissurado nessa série original e extremamente bem feita. Oito anos depois, "24 Horas" chega ao fim em uma temporada regular.

A temporada

No oitavo dia mais difícil da vida de Jack Bauer (Kiefer Sutherland, visivelmente cansado), os vilões se revezam na trama. Uma hora você pensa que são os russos, em outro momento a certeza pende para o lado dos àrabes. Mas o grande vilão é um filho da pátria, oras!

Tudo gira em torno da tentativa de um plano de paz envolvendo três países. De um lado os States da presidente Allison Taylor (em mais uma interpretação magnífica de Cherry Jones) e seu "aliado", Yuri Suvarov (Nick Jameson) da Rússia. Na outra ponta, temos a fictícia IRK, outrora república terrorista, representada pelo pacifista e líder Omar Hassan (Anil Kapoor).

Como em todo processo de paz, os dissidentes radicais do país não querem se "render" ao império americano, e ameaçam de todas as formas para tentar evitar que o acordo saia. Para isso, eles contam com alguns aliados (que não revelarei, mas lá pelo episódio 8 você deve sacar).

Enquanto isso, o vovô Jack Bauer curte a netinha e sua filha (a maravilhosa Elisha Cuthbert), disposto a enterrar o passado (pela milésima vez). Porém, Bauer (sempre ele) recebe a informação de um ex-aliado de que o processo de paz está sendo ameaçado pelos árabes (ou seja lá qual for a denominação do povo da IRK). Por sua "amizade" com a presidente Taylor, o ex-eterno-futuro agente da UCT volta a ativa, pela última vez - pelo menos até a estreia do longa metragem.

Kiefer, digo, Bauer tenta de tudo para passar por mais essa provação e seguir seu caminho com a família, além de tentar resgatar o amor ao lado de Renee Walker (Annie Wersching). Mas ele precisa voltar a UCT (situada nessa temporada em Nova Iorque) e lá, com a ajuda da sempre alerta Chloe O´Bryan (Mary Lynn Rajskub) e de um novo agente, Cole Ortiz (o surpreendentemente bom Freddie Prinze Jr.).

E aí, é clichê atrás de clichê. Traição, agente infiltrado e muito, mas muito sangue nas mãos de Kiefer, digo, Bauer. Claro que temos algumas boas surpresas na temporada - como a volta triunfal do ex-presidente Charles Logan (Gregory Itzin) com toda sua ganância pelo poder (redundância, né?), mas o "oitavo dia mais difícil na vida" do agente da UCT peca pela obviedade de alguns episódios (como a traição do irmão do presidente Hassan).

Mas nada disso tira o brilho da série (isso aconteceu na terceira e na sexta temporada). Temos excelentes diálogos e ótimas cenas de ação, embora, mais uma vez, essa coisa de conspiração já tenha dado no 'saco'.

A Fox, que exibia o seriado nos States, confirmou o cancelamento do seriado - que deverá virar filme um dia (algo desncessário, repito). Eu preferia que surgisse um spin off de "24 Horas". Tenho até sugestão de nome. "CTU", com a Chloe liderando a unidade contra terrorista que atuaria em vários países - sem a necessidade dos episódios serem em tempo real.

Enfim, o seriado foi responsável por levantar discussões sobre o papel dos States em assuntos "alheios", além de ser um ótimo pretexto para ver torturas e sangue em horário nobre ('I like it'). Pena que perderam a mão depois da 5ª temporada, Dammit!

Nota do seriado: 8
Nota da temporada: 7
Trailer 8ª temporada.