Espetáculo "Vera que vê o mundo" estreia no dia 10/9 no Teatro do Sesc Consolação.
Foto: Paulo Barbuto/Divulgação.
No dia 10 de setembro estreia a peça "Vera que vê o mundo", segunda montagem da Trilogia Protagonistas Femininas para Crianças, que adapta obras literárias para o teatro infantil.
As atrizes Ziza Brisola e Patrícia Rizzi se inspiram no conto A Rainha da Neve (1844), do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, para contar a história de Vera e Caio, personagens que tiveram seus nomes adaptados – no original, Gerda e Kay.
Com texto de Paulo Rogério Lopes e direção de Leopoldo Pacheco, o espetáculo mostra Vera vivendo uma jornada de heroína, cheia de aventuras e percalços para resgatar Caio, levado para o castelo da Rainha da Neve, e condenado a um mundo gélido, sombrio e sem memórias.
Meio ambiente e feminismo
Na trama, o feminismo é pintado com cores fortes na adaptação, que também encontrou espaço para tratar da questão da preservação do meio ambiente. "A ideia já é presente no conto, onde a Rainha da Neve equilibra as estações, faz parte do ciclo da natureza, leva o Inverno embora, mas Paulinho ressaltou o tema em todos os personagens. É o principal ponto da nossa montagem", conta Ziza. Leopoldo Pacheco comernta a preocupação com a natureza. "Em suas andanças, Vera encontra pelo caminho uma série de vilões simpáticos, como a jardineira que borrifa agrotóxicos, a mulher que queima madeira ou o rio cheio de lixo que pensa estar doente."
Refletir sobre o feminino sempre foi um foco na pesquisa do grupo e presente no trabalho voltado para crianças. "Agora, nesta trilogia de adaptações, buscamos entre os clássicos ou histórias mais conhecidas onde existe esse protagonismo feminino".
Patrícia lembra que o conto "tem uma carga feminina bastante forte, é uma história que tem muitas mulheres e figuras femininas". Ziza e Patrícia destacam a força da menina, que vem de sua inocência de criança. "Ela supera tudo devido a sua coragem, otimismo, determinação, pureza e um coração cheio de amor."
Sobre o grupo
A Companhia Linhas Aéreas pesquisa o diálogo entre diferentes discursos artísticos ligados ao movimento expressivo e ao uso do corpo e da imagem como narrativa. Trabalha uma linguagem autoral na junção de circo, dança e teatro. Além da pesquisa técnica, circense e de dança, o grupo se formou em torno de um desejo de abordagem temática voltada para as mulheres, para o universo feminino, que permeia todos os seus trabalhos até hoje. Já realizou quinze espetáculos e recebeu prêmios importantes como Petrobrás Cultural, Shell de Teatro e Fomentos de Teatro e Dança (detalhados a seguir). Nestes 22 anos, o grupo sempre se destacou pela criativa utilização de recursos circenses em seus espetáculos e pela seriedade e continuidade de sua pesquisa envolvendo os treinamentos, a fisicalidade dos intérpretes e a busca de soluções narrativas calcadas na força do circo, das imagens, do movimento e do gesto expressivo.
Entre suas criações destacam-se: Pequeno Sonho em Vermelho (2003), que ganhou dois Prêmios Shell de Teatro: iluminação (Domingos Quintiliano) e trilha sonora (Gustavo Kurlat), Plano B (2000), que participou do Fringe Festival de Edimburgo, na Escócia, em 2001, e "Memória Roubada" (2013), vencedor do Prêmio CPT 2013, como Melhor Projeto Visual, e indicado à melhor Direção. Seu mais recente trabalho é "Wendy e Peter", adaptação do clássico de J. M. Barrie, que será o primeiro de uma trilogia de clássicos infantis com protagonistas femininas. Desde sua estreia com o espetáculo "Linhas Aéreas", em 1999, o grupo dedica sua pesquisa de criação para além da utilização centrada na virtuose dos números aéreos e passa a pensar mais especificamente formas de desenvolver uma expressão autoral e uma dramaturgia a partir do movimento e da imagem em espetáculos que exploram profundamente a mistura de linguagens. A técnica corporal mais investigada e utilizada pela companhia é a técnica aérea circense, que foi desconstruída tanto em termos de padrões de movimentação quanto através da utilização de diferentes suportes, materiais e aparelhos em cada encenação. A pesquisa central da companhia é por um significado para a ocupação do espaço cênico e aéreo, uma narrativa das imagens e da expressão física de seus intérpretes, buscando uma dramaturgia do corpo, a narrativa do gesto e a força da palavra no desenvolvimento de uma poética total.
FICHA TÉCNICA
Direção: Leopoldo Pacheco. Texto: Paulo Rogério Lopes. Criação e interpretação: Patrícia Rizzi e Ziza Brisola. Direção de Arte (cenário e figurino): Renato Bolelli Rebouças e Viviane Kiritani. Iluminação: Mirella Brandi. Trilha Sonora: Frederico Pacheco, Kau Caldas e Vitor Arantes. Concepção e Realização: Companhia Linhas Aéreas. Assessoria de Imprensa: M. Fernanda Teixeira e Macida Joachim (Arteplural).
Serviço
Espetáculo infantil Vera que vê o Mundo. De 10 de setembro a 22 de outubro. Sábados e feriado (12/10), às 11 horas, no Teatro Anchieta do Sesc Consolação. Endereço: Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, (11) 3234-3000 . Classificação: Livre. Indicação etária: a partir de 4 anos. Duração: 60 minutos. Capacidade: 280 lugares. Ingressos: R$25,00 (inteira) | R$12,50 (meia entrada) | R$7,50 (credencial plena). Gratuidade para crianças até 12 anos.