Filmes essenciais para Flávio Ermírio


Diretor do premiado "A Casa da Árvore" escolhe as produções que mais marcaram sua vida. foto: Arquivo Pessoal/Flávio Ermírio.

Depois de Veronica Debom escolher as produções que mais marcaram sua vida, hoje é a vez do diretor Flávio Ermírio, que dirigiu o premiado "A Casa da Árvore". Tem clássicos nacionais e internacionais. Confira!

Twister (Jan de Bont, 1996)

Seria injusto começar essa lista por outro filme se não minha primeira lembrança da sala do cinema: O clássico Twister, de 1996. Lembro daquele tornado gigante me atormentando como se fosse ontem. Acho que grande parte do meu encantamento com o cinema vem dessa experiência infantil de ver um mundo completamente diferente do meu dentro projetado em uma tela gigante dentro de uma sala escura, o melhor lugar do mundo para se permitir sonhar com outras realidades.

Tudo que Aprendemos Juntos (Sérgio Machado, 2015)

Depois, preciso destacar uma peça de teatro que virou filme. Meu avô escreveu sua terceira e última peça de teatro em 2006, quando eu estava no último ano do Ensino Médio, e ver aquela produção ao vivo foi de um tremendo em mim e me levou a cogitar pela primeira vez uma carreira no mundo das artes e do entretenimento. 

Depois, a peça, chamada Acorda Brasil!, virou filme nas mãos de Sergio Machado, com produção da Gullane, e tive o privilégio de ver a estreia do longa metragem no festival de cinema de Locarno, em 2015, com o nome de Tudo o que aprendemos juntos. Aquela exibição foi minha primeira experiência em um festival internacional, ao lado de Fabiano Gullane, com quem alguns anos mais tarde eu teria a oportunidade de trabalhar lado a lado como seu assistente na Supervisão Artística da Gullane. 

À Espera de um Milagre (Frank Darabont, 2000) e Ensaio Sobre a Cegueira (Fernando Meirelles, 2008)

Outras duas experiências marcantes que destaco na sala de cinema são os filmes À Espera de um Milagre, adaptado da obra de Stephen King, e Ensaio sobre a Cegueira, outra adaptação literária, do gigante Saramago. Para além de ambas serem adaptações de romances, coloco-as juntas pois foram alguns dos filmes que mais mexeram sensorialmente comigo. Lembro de ver Tom Hanks e Michael Clarke Duncan aos prantos na a primeira vez que chorei no cinema - talvez a primeira vez que tenha chorado em público. De forma parecida, Ensaio sobre a Cegueira me trouxe uma sensação física que nunca havia experimentado antes. A fotografia imersiva de Cesar Charlone e a direção ousada de Fernando Meirelles me fizeram sair tonto do cinema, enjoado, reflexivo, triste e chocado - tudo ao mesmo tempo.

Julie Keeps Quiet (Leonardo Van Dijl, 2024)

Por último, deixo uma lembrança recente. Este ano tive a oportunidade de conhecer pela primeira vez o Festival de Cannes e pude assistir ao belíssimo filme Julie Keeps Quiet, de Leonardo Van Dijl, que também teve sessões na Mostra de Cinema de São Paulo. Estava junto com Nina, minha esposa, na sessão de estreia do filme, que participou na Semana da Crítica em Cannes, e foi de uma emoção ímpar ver todo o elenco, muito jovem e talentoso, presente e recebendo os aplausos da sala, lotada. Foi o primeiro filme que assisti no Festival de Cannes, um evento que me marcou imensamente e que estou ansioso por voltar ano após ano!